[Tela de Silvestre Raposo]
Hoje
voei pelo campo, apanhei bagas e descansei num tronco de uma árvore. Foi um voo
afoito, procuram por mim os caçadores, os rapazes com as fisgas, os loucos.
Tenho as madrugadas para ser livre enquanto os Homens dormem, enquanto a natureza
respira. Não sei quando isto começou, perde-se a memória nas fugas, nos
esconderijos, na sobrevivência. Amanhã recomeçará tudo de novo, a espera, a
incerteza, o medo. Preciso de continuar para sobreviver, esconder-me, procurar,
não sei quanto tempo aguentarei, estou só, estou escondida.
Estou a vê.la
ResponderEliminarSobreviver é a palavra de ordem para qualquer animal que viva na Terra, incluindo o Homem...
ResponderEliminarMagnífico texto, gostei imenso.
Teresa, continuação de boa semana.
Beijo.
Não há lugar onde nos possamos esconder. Os códigos estão baralhados e os tribunais cheios de tribunos ocos e sofismas.
ResponderEliminarAntes que me peçam contas confesso: esta noite fui às amoras, não as via, dispensei sofisticação, guiei-me pelo tacto com o cê equilibrante do meio.
Bom dia, Teresa.