sexta-feira, 31 de julho de 2015

Falavas-me de amor e estou cinzel  
perdida num campo deserto
esculpido pelo vento do tempo.
Sei que estou perdida em guerra infindável
sem que conheça as armas,
sem condições de as depor.
Mas ouço o cântico perdido
do mar em noites de verão
onde escuto o teu chamamento
ecos de longa paixão.
E tento despir este ser incómodo
esta dor de permeio, este estado de agitação,
a manhã tem de ser nossa,
as tréguas, a ressurreição. 





sexta-feira, 17 de julho de 2015

O sol já não tarda
na noite fria que o verão compôs.
Fossem todas as sombras e clareiras
margens de um rio sinuoso
prenhe de vida para lá fronteira
descê-lo-ia numa jangada,
tronco com tronco amarrado,
pertences de um qualquer passado
que ainda o tenha de usar.
Despojar-me-ia do meu nome,
segurar-me-ia ao cordame
e agradeceria aos Deuses
a liberdade de voltar.




quinta-feira, 9 de julho de 2015

Sabes,
às vezes o cansaço é tanto
que mergulho em pautas melódicas
só para me lembrar
do suave toque dos teus dedos
para me anoiteceres.




quinta-feira, 2 de julho de 2015



Abre-se o jogo,
fecha-se o cerco,
espalham-se os animais,
atira-se às feras.

Não falhar, não tombar
deixar de ser o circo,
acabar, derrubar,
lutar em nome dum deus sisudo.