Ontem fui ao monte para colher frutos, apesar de ser início
de verão estavam todos maduros. Enchi um cesto, há muito tempo que não os tinha
fresco, dariam para umas compotas para o inverno. Os fogos haveriam de chegar,
a sede aumentar, a fome a acrescentar, talvez não conseguisse fazer mais pelos
demais, talvez só tivesse o suficiente para mim e os meus animais.
Resguardei-os onde pensava ser o melhor sítio escondido para
os bandos salteadores que iriam aparecer, sobreviver era a regra, reparei o meu
arco e as flechas, as armas de fogo tinham as munições gastas, as galinhas foram
roubadas, restava-me pouco para sobreviver.
Não sei porque continuava esta luta, talvez o instinto de sobrevivência,
talvez a minha teimosia, corria para as árvores para salvar comida, para a
horta, para os bosques. Não iria continuar mais tempo, a sós nunca, o mundo
estava largado ao acaso, a lei do mais forte imperava e eu não era um deles.
Escavei um abrigo, um refúgio que fosse defensável. Por quanto
tempo?
E nessa situação estamos não sei se por culpa própria. Mas cresce o ódio à par dum sentimento mortal.
ResponderEliminarBom aprovisionamento.