Tens o teu futuro nas mãos,
diziam-te enquanto a tua vida lambiam,
tocavam-te na fonte e te benziam,
esfregavam as costas e sorriam.
Tens sóis, cores que desconheces,
voos rasantes e outros feitos.
Mas vieram as trepadeiras,
os muro ficaram sobrecarregados,
as janelas, anseios de liberdade.
Tomaste nas mãos as pedras soltas
que em tua volta caíram sem saber
onde pousava o leito do rio.
Não existe, disseram-te por fim,
quando a roupa do corpo não passava
de memórias tão antigas quanto mãos de mãe
a acariciá-las novas.
Eram de rosas, sem espinhos nem agruras
feitas de novelos frescos vendidos como seguros.
Eram ferozes, rompiam a terra amanhada,
seca agora de tão usada.
Pego em adubo fresco ao toque,
inspiro o odor a natureza no seu forte,
não sei onde aporte
mas levo pedaços de mim.
Há quanto tempo, não a via!
ResponderEliminarQuanto ao seu poema, achei que tem passagens muito interessantes!
Beijinhos!