Fogem, fogem, mas não sabem para onde. Tudo são planícies
por desbravar, um mundo diferente por descobrir. Morrem as correntes que
moveram políticos, cortam-se amarras dos movimentos, tudo está diferente e,
contudo, ninguém o presencia.
Formaram-se grupos para entendimento, governos provisórios
que não entenderam que nada era repetido e o que foi já tinha acontecido.
Juntaram-se os jovens, os que tudo perderam, aqueles que não terão o que já
tinha acontecido e de mocas na mão, olhos agressivos e fartos dos mesmos
discursos avançam. Mas não agridem, levantam-nas, ameaçam, fazem-se homens e
gritam.
- Não, não somos vós que não nos deram um futuro. Terão a
vossa sorte, velhos, não nos peçam ajuda.
E saem, saem para procurar abrigo como se fazia há mais de
dois mil anos, caçam como se fazia há mais de dois mil anos e deixam os outros
morrer porque são os seus assassinos.
Um texto que tem tanto de inquietante como de verosímil… Fantástico, Teresa.
ResponderEliminarUm grande beijo,