(às 7h30 da manhã)
Mudei-me, da cidade para o campo, de uma casa limpa para uma
cheia de obras por fazer por isso desapareci daqui. Um café pela manhã olhando
oliveiras, o frio que chega pela noite, a confusão de papéis a tratar, o Estado
adora isto e tenho a certeza que esqueci qualquer coisa apesar de todas as
listas intensas que fiz. Hoje nem sala tenho porque está tudo uma confusão, mas
felicidade de aqui estar no sossego, longe do barulho, do desassossego é tão
grande que todos esses pormenores acabam por ser indiferentes.
Não, hoje não há poesia ou textos poéticos, há uma ode às
oliveiras, aos caminhos recônditos.
- Não se isole!
Não existem telemóveis, internet? E, claro, viagens para ver
os filhos de vez em quando, ou eu ou eles. Agora eu porque aqui não consigo
receber ninguém no meio de tanta pedra caída da parede derrubada.
Porque partilho isto? Não deveria ser um assunto só meu?
Porque não o deverei se uma aventura deve ser contada e esta é uma aventura,
uns dias sem eletricidade e a velas, uma casa de banho exterior (que horror!)
enquanto as outras não são feitas, mas tudo faz parte de uma experiência de
vida e eu estou a tê-la.
Sair das grandes cidades é sair de Portugal, do Portugal que
conhecemos e é tão estranho. Claro que em breve a novidade será o quotidiano,
mas até lá vou conhecendo Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário