segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Chove, mas chove tanto que é difícil de ver o exterior. Sei que estou quente, sozinha, mas não solitária, estou com a minha música, as minhas palavras que para mim são a minha fala. Porque nem falo muito ou o que falo não tem qualquer préstimo, limita-se ao razoável entre pessoas. Ainda não consegui o meu sossego total nesta confusão de obras em casa e tanta papelada a tratar só para que o Estado saiba onde estou, perco-me em tanta papelada irracional que não há poesia que sobreviva, não há momentos de reflexão, não há cinco minutos a apreciar, não há fotografias da paisagem magnífica à minha volta. Não há nada.

Chove, mas chove tanto que é difícil de ver o exterior e eu quente penso na irracionalidade da vida atual, eu que procuro o descanso, procuro conhecer como se planta uma horta, como se conhece a terra e se respira a própria terra e nesta loucura da vida urbana que nos persegue por todo o lado penso, quando me deixarão em paz, a sós, comigo e comigo, com os Deuses que aqui vivem, com a simplicidade que a vida tem para nos oferecer? Porque mais nada quero.

2 comentários:

  1. E a paisagem que faz dentro de ti?
    Desejo que tenhas um Natal cheio de conforto e que 2020 te traga o que mais queres.
    Um beijo, Teresa.

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  2. "Mais não quero",
    contudo persistem em querer
    demais de mim.

    Que expiação é esta
    que nos oferece até,
    por estes dias,
    um Menino ilusão?

    Mas façam-lhes a vontade:
    o Homem gosta é de Festa

    Saúde e Felicidades!

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