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Fui de encontro à natureza, mas não a encontrei. Em vez dela havia um buraco de exploração, litium disseram-me. Ganharemos dinheiro, explicaram-me, este é e será o nosso petróleo, mas não me falaram nas árvores abatidas, nos animais acossados, na natureza perdida, só simplesmente em dinheiro. Eu não bebo dinheiro, eu não como dinheiro, eu não respiro dinheiro, mas dinheiro foi a opção. Ninguém me perguntou que opção eu queria e essa não queria, ninguém me perguntou se queria o meu país esburacado, atrofiado, a água contaminada e esgotada para as populações. A paisagem que conhecia desapareceu. Ninguém me perguntou nada e fazem o que querem, fazem-no cem mil vezes apesar dos protestos, apesar da amargura do povo quando temos direitos que não foram cumpridos. Onde vivo? Que Portugal é este?
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