[David Wiles]
Gravo as palavras
momentaneamente, depois desaparecem como se não tivesse um local onde as
arrumar. Neste dia-a-dia, no turbilhão de passageiros onde estou inserida, não
sei se te sinto, se me movo. Correm rios de esperanças e sinto-me perdida.
Fazes-me
falta e não te digo. As palavras enrolam-se e nenhum momento se proporciona às
diversas emoções. Dizes-me alheia, talvez nas minhas divagações o seja, mas nem
todas as palavras são para ti. A espera. As curvas. As exigências. As fantasias
onde as fadas habitam. As estrelas iluminam o meu caminho e sigo-lhes o rasto
sempre com esperança, longa a estrada, longa a espera dos dias quentes.
Digo-te, passam as nuvens
cheias de formas, dizes-me, anda, vem para ao pé de mim. Quero ver as
águias-reais, o olhar negro de um corvo que traz mensagens para além do além e
tu queres-me aí, pés na estrada negra em direção aos caminhos mil vezes calcorreados.
Não sei onde nos
encontrámos, por aí certamente ao acaso. Não te posso falar de amor, tanto que
queria, mas não posso mesmo. Sei que não saio daqui, mil vezes mo disseste, talvez
não passe de um sonho por acabar. Mas não estás nele, não trilhas bosques, não
vês além as cores das folhas a mudarem como por magia nem reparas nas rochas
lisas pelo tempo.
Dizes-me, onde estás, por onde andas que ninguém te vê, vem, vem ao meu encontro.
Não, não sei o que é amor.
Não, não sei o que é amor.
Este texto e mais meia dúzia que li abaixo são deliciosos.
ResponderEliminarÉs uma escritora nata, onde a qualidade literária está sempre presente.
Teresa, continuação de boa semana.
Beijo.
Gosto muito desta tua maneira de escrever.
ResponderEliminarEscrever e saber ler e tirar as ilaçoes que querermos.
E amor, olha, que por vezes tambem não sei o que é.
Ou se calhar, sei!
beijinhos
:)