[Cezanne]
Chovem flores soterrando a relva de diversas cores. Os transeuntes
olham, atónitos, os automóveis param e os condutores saem assombrados. São milhentas as pétalas que se
desprendem formando uma cortina macia, não há nada no céu que anuncie
acontecimento tão insólito, mas chove, chove mansamente.
Não
se sabe se foi o vento que as trouxe arrancando-as de um campo qualquer, ou um
desígnio inexplicável. Mas o certo
é que já não há recanto do chão que não seja um manto de cores, o cinzento do
alcatrão desapareceu e a chuva inaudita continua mostrando na sua glória a
vontade suprema da natureza.
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