Maggie
Eu sei que ela gosta de mim e da Ema, a minha grande amiga pastor alemão. Mesmo quando chega a casa, cabisbaixa e sem palavras. Eu ladro-lhe, não pode andar assim. Por vezes ela fica furiosa e eu limito-me a acompanhá-la um passo atrás.
A Ema sabe sempre o que fazer. Ficar em silêncio quando chega de expressão fechada, lambê-la para se alegrar quando o permite.
Por vezes é tudo uma festa e as três brincamos no quintal como se fôssemos cachorros. Nessa altura ela lembra-se de nos dar banho e escovar. Não gosto de ambos.
A Ema já me explicou que ela tem variações de humor mais acentuadas do que os outros humanos. Ela nunca o diz, tem vergonha.
Eu gosto de acalmá-la, dormir encostada num lado enquanto a Ema faz outro tanto. Colar o meu focinho ao nariz dela e lamber a face que nunca tem lágrimas.
Queria poder dizer-lhe que não se esquecesse que o momento em que acorda é a altura do meu maior sorriso. Sim, os cães sorriem.