Era um verão quente e já todas as espigas de milho tinham sido
cortadas. Esperávamos a festa da desfolhada, um beijo para quem encontrasse o
milho-rei, um futuro promissor. Esperava-se à noite o folclore, mas as o milho
tinha de ser debulhado na eira onde em redor nos encontrávamos. Os pés
livres dos sapatos apertados, as saias rodadas de qualquer maneira, contavam-se
anedotas enquanto a pele era descascada. Quem teria o milho-rei e o seu amante?
Riamo-nos enquanto os homens estavam nas tabernas, riamo-nos da sua
imbecilidade, todas mulheres, todas donas do seu destino. Riamo-nos porque
éramos donas dos nossos destinos mesmo sem o milho-rei.
Há 1 dia
Lembro-me desse ritual da desfolhado com o milho-rei. Era criança e divertíamo-nos imenso…
ResponderEliminarGostei do teu texto, Teresa.
Uma boa semana.
Um beijo.