quinta-feira, 14 de março de 2019

Sim, enquanto sussurro-te, 
enquanto encosto os meus lábios suavemente no teu pescoço 
ouço-os a conspurcar
todos os nossos gestos,
- Beijavam-se desenfreadas
aquelas cabras com o cio. Putas!
Toco-te com gentileza, 
tenho medo que desapareças 
no meio de tanto ódio,
tenho medo do medo que tens.
Dizem, sois livres,
tendes o vosso arco-íris,
a vossa bandeira, 
o casamento.
Não amor, dá-me a mão, 
não chores, 
não, 
não passearemos de mão dada pela rua 
nem apregoarás a nossa união.
Não teremos filhos mas caminharemos
nas vielas secretas de todas as cidades
onde te poderei beijar, respirar e estar. 

3 comentários:

  1. Um poema forte, Teresa. "tenho medo do medo que tens"... Gostei imenso.
    Ando a ler devagar (quando posso) os livros que me facultaste. Estou a gostar bastante.
    Um beijo amigo.

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  2. Tão certeiro, tão lúcido, tão belo, tão enternecido e enternecedor este teu poema/sentimento.
    Para quando um novo livro com lançamento e tudo, para recordar velhos encontros?
    Abraço

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  3. em cada esquina das cidades haverá sempre um par de amantes
    clandestinos.

    ou em cada bar. ou em cada leito.

    abraço

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