quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O silêncio do silêncio

A escuridão dissolve as paredes brancas
há silêncio no silêncio
onde as minhas mãos anseiam a ausência de gestos rotineiros.
Encosto-me e deixo-me deslizar até ao chão frio,
abandonando a pressão quotidiana.
Não quero vozes que me interrompam,
nem memórias de gente a rodear-me.
Somente o silêncio do silêncio onde me construo e sou.

As palavras surgem e desejo embebê-las,
o espaço criado,
a imaginação solta,
os mundos a descobrir que transmutam os meus passos.
cores e sons inscrevem-se
e perco-me no imaginário dos universos paralelos
que coexistem connosco
reflectindo a nossa imagem desdobrada.

in "A fadiga das ondas", Teresa Durães

4 comentários:

  1. poema de Antologia.
    excelente esse "imaginário de universos paralelos"

    abraço

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  2. "Somente o silêncio do silêncio onde me construo e sou." Muito belo, Teresa.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  3. nós e os nossos silêncios
    de que por vezes
    precisamos...

    muito belo este silêncio dentro de outro silêncio

    beijinhos

    :)

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