Escrevo silenciosa em casa, a TV sempre desligada, mas o rádio grita números, grita tanta coisa que o desligo. Este confinamento mostra tão inseguros que somos, tão sociáveis que somos, tão amáveis que éramos.
O vírus não é algo vivo, mas penetra na mente das pessoas o que nunca deveria acontecer, as dúvidas, o medo, o desespero de quem tem consciência e não vai visitar os seus idosos. Mas eles morrem, morrem contaminados, fazem números em estatísticas e talvez a satisfação de um Segurança Social falida há muitos anos.
E vão a correr os incautos não percebendo que amor agora é distância. Que raio de amor é este?, quase pergunto todos os dias, eu que aqui só vejo oliveiras, mas os meus estão lá entre os infetados, os meus estão expostos se não tiverem cuidado e fecham-se em casa.
E vão a correr os incautos não percebendo que amor agora é distância. Que raio de amor é este?, quase pergunto todos os dias, eu que aqui só vejo oliveiras, mas os meus estão lá entre os infetados, os meus estão expostos se não tiverem cuidado e fecham-se em casa.
Não gostaria de morrer com falta de ar, mas pensar que não veria mais a expressão dos filhos desgasta-me.
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