De regresso onde passei uns tempos no ano passado. A casa
igual, o sorriso igual, tudo igual menos o tempo. Não fosse a diferença do meu
rosto, das minhas mãos, dos meus sonhos, quase tudo seria igual. Nunca nada é
igual e eis-me onde outrora tive momentos tão aflitos, onde outrora tive tanto
consolo e sei que tão cedo não virei. Não sei se a alfarrobeira me reconhece,
mas os cães saltaram contentes à minha volta e quase a medo volto cá, foi há
tão pouco tempo e foi há tanto. Tenho medo do passado tão perto, tenho medo das
recordações e fecho-me a elas, quero apenas ver sorrisos, quero apenas a amizade
e percorro o quintal tentando banir memórias que insistem, insistem e
empurro-as com força até ficar cansada. Amanhã regressarei, sei que suspirarei
e envergonho-me disso, os sorrisos são sempre os mesmos, a amizade sempre
profunda e não têm culpa dos tropeções da minha vida.
Há 2 dias
Tudo se move
ResponderEliminaraté o vento
Todas as coisas te reconheceram… Belíssimo texto!
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Há dois caminhos: o do conhecimento e o do reconhecimento.
ResponderEliminarQue o ano dos cisnes 222222 te seja favorável, numa outra terra, numa outra lembrança. (a)juntar dá força às palavras e às escritas.
Abç
Há coisas que julgamos que nunca mudam, são os passageiros que embarcaram na mesma carruagem e ocupam os assentos à nossa volta. Lá fora é que as coisas mudam, mas o que muda é apenas a memória do que está a acontecer. E antes de agora nunca houve nada, apenas memórias que inventamos para enganar a paradice do mundo.
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