terça-feira, 14 de maio de 2019

[Fotografia do Hubble]


Queria tanto contar-te as histórias que invadiam os meus universos, dar-te a conhecer a criação dos meus dedos, levar-te às paisagens onde as personagens tomavam vida por si próprias. Mas não, tu tornaste-te chuva e ensopaste a terra apodrecendo as raízes das rosas do meu quintal. E foste embora. 

Um dia apareceste dizendo que tinhas certezas na mão, vieste fazer todas as perguntas mesmo as que não querias respostas e fizeste-o, fizeste-o desnudando a tua ferocidade, uma, outra e outra vez. Depois saíste e quis esquecer a hora em que lá estiveste, mas não podia, já estava marcado nas paredes.

Observei as estrelas, deleitei-me na paz do azul profundo do céu. Eram tantas, incontáveis. Teriam um brilho diferente aos teus olhos? Porque não percebia, não entendia mesmo como te escapava o aroma dos pinheiros mansos numa manhã de primavera.

8 comentários:

  1. Paisagem interior expressa com clareza e elegância. Gostei muito

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  2. de lés a lés. sem contemplações!

    gostei muito do texto

    abraço

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  3. ... porque há perfumes inescrutáveis às pedras entorpecidas.
    Bom trecho.
    Bons e luminosos dias.

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  4. Há quem não sinta qualquer aroma na vida...
    Magnífico texto, parabéns pela inspiração e talento.
    Teresa, um bom fim de semana.
    Beijo.

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  5. Ah esse amor estelar...
    É tão sublime, Teresa
    Quanto a infinita grandeza
    Do universo a estar

    No divinal limiar
    Da luz apagada e acesa
    No mistério e na certeza
    Que há algo a lhe governar.

    E quem seria o autor
    Do mistério assombrador
    Com todos mistérios seus?

    O nome dele é AMOR!
    E ele é o nosso senhor
    Chamado AMOR, mas é Deus!

    Grande abraço! Laerte.

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  6. Estendo as mãos para tocar as estrelas e encontro o teu poema…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  7. Pois!
    Nem sempre a realidade é o que pintamos ou idealizamos.
    um belissimo texto.
    beijinhos
    :)

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