[Dali]
Entrou num bar e pediu três
shots, alinhou-os crescentemente, fez vibrar a escala e bebeu um a um de um
trago só. Com um gancho do cabelo, abriu a porta dum volvo, entrou na
auto-estrada para o Algarve e eufórica pisou com violência no acelerador. Nem
parou, as árvores apareciam e desapareciam vertiginosamente, ligou o rádio, cantarolou
em voz alta e abandonou-o numa praia de Lagos
Já não dormia há dois dias quando conheceu um
pintor. Pousou para ele, beijou, amou e deixou-o. Entrou num bar e dançou tango
pela noite fora, a chuva furiosa inundava a terra ensopada, o vento batia com
violência nas janelas, noite negra, o frio esvaziando os corpos.
Estendeu-se na cama sorrindo
enquanto os trovões calavam as vozes humanas, os relâmpagos destruíam o absurdo
dos passos maldados, a natureza devastava os restos de uma civilização mal
construída. O dia iria amanhecer calmo, os pássaros voltariam a cantar, as
ervas invadiriam tudo e ela poderia, finalmente, dançar sobre os escombros e
soltar o grito há muito tempo guardado.
para grandes males, grandes remédios...
ResponderEliminargostei do texto
abraço
De quando em vez
ResponderEliminaro único caminho
é o das pedras
preciosas como o seu texto
Magnífico texto.
ResponderEliminarTeresa, um bom resto de semana.
Beijo.
Teresa,
ResponderEliminarUma narrativa emocionante.
Adorei.
Bjins
CatiahoAlc.
o grito
ResponderEliminarque acho todos nós (ou quase) queremos emitir...
gostei muito do texto
beijinhos
:)