[Fotografia do Hubble]
Não me virei para te ver
partir. Das estrelas roubadas, umas foram soltas, outras largadas ao acaso. Não
tentei apanhá-las, não me pertenciam. Cintilaram no escuro, agora posso
contá-las, mas perdi a vontade; fazem parte da natureza inalcançável e essa parte
de mim está perdida numa bruma densa. Descobrir o passo seguinte. Dizem que é
para a frente que se caminha: dir-te-ei para dentro.
Percebi
que em breve poderei soltar a minha loucura sem que alguém a veja. Tu não
estarás para assistir nem te quero por perto, finalmente serei livre, sabias?
Livre de todos os estigmas, livre daquilo a que me obrigam a ser. Não, não sou
igual, quero céu e terei céu, quero árvores e terei árvores.
Por
isso não me virei para te ver partir. Roubaste as estrelas, terias levado tudo
mais se não me tivesse apercebido e falaste em amor enquanto estiveste comigo.
um bonito texto.
ResponderEliminarestrelas perdidas deixam de contar...
Vozes ao alto
ResponderEliminarporque não basta ter razão
Gostei do texto, é magnífico.
ResponderEliminarE caminhar para dentro (também) é mesmo necessário...
Amiga Teresa, tem um bom fim de semana.
Beijo.