Ontem choveu. Apesar das
grossas pingas que molharam a terra libertando o aroma a fresco, não me
transtornou. Choveu e reavivou as cores esmorecidas pelo pó que tragava o ar. Talvez
já sentisse a sua falta; é sempre bom vê-la cair através da janela abafando o
ruído com o seu manto. Enquanto a lareira ardia espalhando um suave calor à
minha volta, enquanto pousava a mão no vidro frio, olhei pensativa lá para
fora. Há algo de misterioso nas nuvens carregadas, no céu cinzento que esconde
o sol. Tenho sempre memórias que recordo, os dias de infância onde me sentia
presa por não poder brincar lá fora, o regresso a casa sentindo o desconforto
da roupa húmida. A areia da praia e o voo das gaivotas; as pegadas apagadas.
Choveu e o presente foi dissolvido na água que se infiltrou nas fendas do muro.
Há 1 dia
Um belíssimo texto de uma poética vivida! Tanta infância que renasce quando sinto o cheiro a terra molhada!
ResponderEliminarA chuva sabe bem...
Bom dia Teresa,
ResponderEliminarAs vezes chove fora
Outras chove dentro
E vamos seguindo assim...
Linda publicação.
Bjins
CatiahAlc.
absolutamente rendido à beleza do texto
ResponderEliminarespecialmente, a última frase é deslumbrante
abraço
(grato pelas amigas palavras no meu blog
espero que tudo se resolva melhor no seu impedimento)
Em criança, a chuva era mesmo uma prisão.
ResponderEliminarUm magnífico texto, gostei imenso.
Teresa um bom fim de semana.
Beijo.
Sempre gostei da chuva, mesmo que ela levassea tragédia ao lugar onde vivíamos.
ResponderEliminarMas que eu gostava, gostava sim.
Gosto desta forma de escrever em prosa poética.
ResponderEliminarUm beijo.