Pela janela, por entre as árvores de fruta, espreita um sol puro, envolve o odor da primavera. Não tardarão as andorinhas e não quero que sejam as últimas a aparecerem.
Penso nos Deuses que forjam as suas 7 espadas acima com que desenharam o visível e o invisível. Sei que se vão recolher quando os ventos chegarem e o mar subir e a população desesperar. Nem toda a magia pode desfazer o que já está feito. Nem toda a infinitude é infinita. Rezará o Homem desesperado, subirei as serras em busca de refúgio enquanto a minha cadela uivará. E faremos todos a mesma pergunta. Porquê?
Enquanto as as florestas não gritarem, enquanto as savanas não gritarem, enquanto os glaciares não gritarem, enquanto os oceanos não gritarem e com eles todos os animais, toda a vegetação, seremos múmias."
Teresa Durães, 7 espadas acima