terça-feira, 10 de março de 2020



[kandinsky]

Não, não tens de dizer nada, nem deverias ter feito essa pergunta, não sei em que caminho nos dividimos, não sei onde te perdi, foi por aí num equívoco qualquer, num episódio meu que não conseguiste aceitar, uma personagem que não sou eu nem da minha escrita e por mais que grite, por mais calma que esteja tu sempre pensarás em mim naquele dia, naquela cama, naquele momento. Não tens culpa nem eu, há tanto na vida onde não existe uma razão, mas ainda não compreendeste isso e não sei se um dia conseguirás. Entretanto olho o teu retrato, relembro toda a minha luta, todas as vezes em que me calei só para te proteger, na face que dei para te salvar de amarguras e tu escolheste um caminho de enredos e enganos onde não poderei falar ou gritar, essa é a tua escolha e sei que morrerei primeiro antes de descobrires a margem onde ancoraste.

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