[Almada Negreiros]
Tentei ver-te no céu. Talvez por culpa das nuvens ou por o teres
abandonado, fiquei na noite densa, dessas onde todos os nossos segredos são revelados
em instantes inquietos. Ridículas palavras estas, a lamentar o que não tenho
nem devo nem posso. Sou uma mulher, não sou? Nestes enredos de palavras porque
não sei falar, abandonei-me num rio qualquer que desaguava por ali. Secamente. Procuro-me?
Que doidice, tão gerada onde o nada resigna-se. Cuspo tolices, entrego-me ao
acaso, venham espadas, venham floris, estou desguardada.
Isso do tentar ver alguém no céu... tem muito que se lhe diga!
ResponderEliminarBeijoca