sexta-feira, 27 de setembro de 2019


Hoje vejo pó, vejo cinzas, vejo os Homens na loucura pelo poder. Vejo terra destruída, água consumida em vão, árvores queimadas ou derrubadas, vejo violação. Vejo tanto de tanto que os meus olhos se consomem e a mente foge. Vejo e não quero ver, correm as televisões atrás de mim, refugio-me nos prados quase inexistentes onde o carvão tenta invadir este espaço.

Procuro carvalhos, grifos e águias, lobos ibéricos que quase já não os há, procuro montanhas que ainda não foram destruídas e vejo-me sem caminhos, vejo-me só e cansada.
As vozes que ouço não passam de murmúrios e sento-me no chão esgotada falando com as pedras. Dizem-me, a hora chegará, a tua também.


3 comentários:

  1. Não é nada animador o que se vê e o que se sente… Tens razão.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. Tempo de desatinos, tempo de egoísmos, de crimes impunes. Tempo de tristeza para os que querem uma terra solidária, tempo de tristeza e de solidão - como dizes…
    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Difíceis e tristes estes tempos, tens razão! Destruição, ganância, violência...Bjs

    ResponderEliminar