A escuridão dissolve as paredes brancas
há silêncio no silêncio
onde as minhas mãos anseiam a ausência de gestos rotineiros.
Encosto-me e deixo-me deslizar até ao chão frio,
abandonando a pressão quotidiana.
Não quero vozes que me interrompam,
nem memórias de gente a rodear-me.
Somente o silêncio do silêncio onde me construo e sou.
As palavras surgem e desejo embebê-las,
o espaço criado,
a imaginação solta,
os mundos a descobrir que transmutam os meus passos.
cores e sons inscrevem-se
e perco-me no imaginário dos universos paralelos
que coexistem connosco
reflectindo a nossa imagem desdobrada.
in "A fadiga das ondas", Teresa Durães
Há 1 dia