quinta-feira, 11 de abril de 2019

Hoje não há poesia!

Justine, estes são os meus gatos!



Kiko (gatinho mau!)


Lila (um doce, como todas as meninas!)



Zé (o bebé de 7 meses!)


quarta-feira, 10 de abril de 2019


Se dizem que é trovoada os pássaros recolherão. Tu terás medo, eu sei, aninharás e agarrarás a almofada querendo que tudo passe. Não passará e as cortinas serão fraca substituição.

Um, dois, três, anda, pula, consegues, o muro é pequeno.

Anda, dá-me a tua mão, nada passará, mas podemos ir ver o mar furioso com os raios. Está tão possesso que lança ondas contra o pontão. Destruí-lo-á se não a vencer. Anda, anda ver. Não podemos perder. Vê e vais perceber mas anda ver.



De onde vieste? Descobriste o caminho encoberto aos viajantes cuidadosamente tapado para não ser perturbado. Quem és que queres desvendar o que não permito? Traço um círculo com um pau, isolo-te das primaveras, mães dos seres únicos, crio padrões de invisibilidade, a floresta protegerá o mundo invisível que os Homens nunca deverão pisar. Quem és que nos vens importunar? 

quarta-feira, 3 de abril de 2019



"Disseram-me, estão a matar as árvores. Estremeci, talvez já soubesse, talvez já tivesse sentido. Cada golpe um sonho perdido, uma conversa calada, uma falha no gume das 7 espadas acima que os Deuses guardam. Matam-nas sem saber quem matam, as folhas, os caules, as raízes que são vozes barulhentas conversando ininterruptamente sobre todas as gotas de água que absorveram, sobre a vida dos que viram passar ao longo das décadas da sua existência. Têm mais memórias que os olhos baços dos Homens que se julgam gigantes nas suas terras. Vivem no esplendor dos dias infinitos, abraçam os pássaros nos seus ninhos contando-lhes histórias de predadores, abrigam os pequenos roedores nas suas tocas. Por vezes, em dias de vento, cantam lamentos que lançam pelas serras, tão longe, que os gigantes de pedra acordam e ouvem-nas.    
Ignoram os Homens as vozes escondendo os olhos na terra fecunda. Querem tomar o lugar dos Deuses ignorando as 7 espadas acima que forjaram os cumes. Querem a sabedoria antiga desprezando a leveza de uma brisa. Querem ser reis nos seus castelos erguidos. Em ruínas."

Teresa Durães, "7 espadas acima", 2019

segunda-feira, 1 de abril de 2019



Acabei de publicar o meu último livro. O nome é “7 espadas acima” e é texto poético. Os dois últimos romances que lancei anteriormente foram escritos em 2015 e 2016 e ficaram guardados no meu computador até verem luz.

Como os últimos, está na loja kobo.com para download gratuito. Na amazon.com tenho de fixar um preço mínimo.

Sinopse:

“Sei que te esperarei na próxima noite quando o mundo adormecer suavemente. Então, poderemos viver umas horas na confidência das estrelas, no segredo dos animais noturnos escondidos sob o luar, ténue luz guardadora das confidências dos amantes. Tenho tanto para te dizer e tão pouco tempo para partilhar. Queria-te comigo nos raios solares onde poderíamos correr descalços sobre a terra sentido o passado para além da História. Talvez nos encontrássemos num tempo anterior a todos os tempos, antes de todas as coisas, no tempo das espadas forjadas pelos Deuses, 7 espadas acima das colinas, 7 espadas acima dos vales. Agarraríamos as mãos numa dança louca, eu que não gosto de dançar, dançaríamos a dança estonteante das flores cantantes, dos sobreiros e castanheiros. E descansaríamos no cair da noite quando as corujas brancas se preparam para a caçada e lançam os seus gritos de predadores. Seríamos felizes”

Podem através do link fazer do download gratuito:

Boa leitura!

"Deve ficar claro que incluir as florestas no centro de uma estratégia para um futuro sustentável não é uma opção — é um imperativo",

José Graziano da Silva, Diretor-geral da FAO

segunda-feira, 25 de março de 2019

"Enquanto ouço música e a minha cadela está aos meus pés, enquanto me envolvo na melodia e estico os braços sei que existe um mundo que pode ser de novo conquistado.

Pela janela, por entre as árvores de fruta, espreita um sol puro, envolve o odor da primavera. Não tardarão as andorinhas e não quero que sejam as últimas a aparecerem. 

Penso nos Deuses que forjam as suas 7 espadas acima com que desenharam o visível e o invisível. Sei que se vão recolher quando os ventos chegarem e o mar subir e a população desesperar. Nem toda a magia pode desfazer o que já está feito. Nem toda a infinitude é infinita. Rezará o Homem desesperado, subirei as serras em busca de refúgio enquanto a minha cadela uivará. E faremos todos a mesma pergunta. Porquê?

Enquanto as as florestas não gritarem, enquanto as savanas não gritarem, enquanto os glaciares não gritarem, enquanto os oceanos não gritarem e com eles todos os animais, toda a vegetação, seremos múmias."

Teresa Durães,  7 espadas acima