sexta-feira, 17 de abril de 2020






Falo-vos do Outro Mundo, dum mundo onde estou separada da Teresa. Falo-vos de tristezas e alegrias, quando ela saía para trabalhar e eu ficava, quando ela regressava e eu pulava de alegria. Agora estão em casa, os vossos cães têm-vos, até os gatos que nunca gostei. Falo-vos de amor, um amor que segue para lá de todas as vidas porque um dia a Teresa regressará para ao pé de mim, de mim e de todos os cães que ela teve como o Tejo que vi morrer e sofri por isso, falo-vos que sois tão idiotas e não entendes o calor de um caminho, de uma árvore, de um apartamento apertado. Porque os amigos unem-se, os amigos são amigos e tudo o mais nunca interessou. Não sei o que procuram, na simplicidade têm tudo, mas por tudo quererem animais como eu apanham cancro e morrem rapidamente. Sois loucos, sois dementes porque escolhem arrancar flores da terra ou aprisionar um pássaro, querem tudo para vós como se fossem os donos de tudo. Não são e a natureza mil vezes vai-vos mostrar que estão errados.

3 comentários:

  1. Não o consegues esquecer, pois não Teresa? Gostei do que li.
    Uma boa semana, com muita saúde.
    Um beijo.

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  2. Não basta contemplar
    não há vírus que protejam os desvalidos
    Abeaço

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  3. Sei avaliar o vazio que sentes, Teresa. Senti-o quando fiquei sem o meu Mounty, e as saudades que ainda tenho dele, 2 anos passados…
    Um abraço solidário, apesar de virtual

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