quarta-feira, 25 de março de 2020

Eu tento brincar e rir, não pensem que para mim a realidade não é dura, é igual à vossa, todos temos os nossos casos, as nossas mortes. Mas vamos brindar à natureza, aos momentos, à esperança, aos pássaros libertos, às árvores que estão florir, ao pacote de semente de ervilhas que exterminei porque não percebia nada de agricultura. Vamos brindar às favas que crescem (nem sei como!), às sementes que atirei ao solo e pensei, que os Deuses as protegam porque nem sei o que estou a fazer e doem-me as costas de cavar. E vivam todos os rebentos e espero que chova mais.

(já tenho um caso de morte na família, uma tia, mas uma pessoa distante, para além do meu irmão que está suspeito de estar contaminado, mas continuo a dizer, temos de brindar às folhas que brotam das figueiras porque se o meu irmão adoecer não o poderei visitar, para além de viver num conselho que está oficialmente em estado de isolamento. Nos dias de hoje não podemos proteger os nossos, protegê-los é mantermo-nos distantes. Para além dos filhos o meu irmão é a minha família, tem 48 anos, é novo perante o vírus, contudo é fumador e tem uma filha de 14 anos. A todos os deuses que não podem proteger ninguém, reservem uma luz para este guerreiro)

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