quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Sentes o corpo prisioneiro
nas raízes dos dias já plantados.
Tens mãos de água para construíres cascatas
entre as pedras antigas que ao teu lado adormeceram.
Mas mentiram-te,
não havia rio nem tão pouco um poço
onde estivessem escondidas as sombras destruidoras.
Antes deram-te pedaços de fio e chamaram-lhe túnica,
disseram-te que não eras única,
os caminhos batidos são os que não são esquecidos.
Calcorreaste-los sem saber o sentido,
abandonaste o teu destino
mas a melodia não se perdeu, antes entendeu,
juntou-se em cordões e procurou,
vasculhou aldeias, fez fogueiras
nas noites de breu.
E uma nota encontrou-te e tocou
a eterna música dos separados.



4 comentários:

  1. E caminhas no teu mundo antigo e moderno que os silêncios são semelhantes("Túnica" lembrou-me as 1ªs folhas que me mandaste há muitas luas e eu li, encantada).
    Abç

    ResponderEliminar
  2. Se a melodia não se perdeu sobrepõe o silêncio às emoções para que a música te acompanhe sempre...
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  3. uma nota (des)alinhada e a sinfonia abre-se. em todos os timbres...

    gostei do poema

    beijo

    ResponderEliminar