Abro as asas e os anos devoram-se 
num infinito movimento.  Reaprendi 
as formas e distanciei-me das sombras. 
Hoje os meus olhos estão mais límpidos 
que outrora quando navegava nos novelos 
dourados de construções falsas. 
Fecho as asas e sereno. 
Agradeço aos Deuses antigos. 
Respiro as folhas das árvores,
os padrões voltam a brilhar. 
 
 
