"Estou cansada,
cansada das imagens enroladas nas teias,
dos padrões interrompidos e corrompidos.
Das ruas escuras,
da fadiga das ondas sobre as rochas,
do passo à frente sem chão definido.
Onde estão os aromas a manhã,
vivos e arrojados,
relembrando que as árvores são sementes resistentes,
que a luz irrompe da negrura do espaço vazio?
Um toque,
uma valsa,
um desígnio.
Espaço preenchido pela mão cheia.
Letras dançantes cantando histórias.
Essas, as que pressentimos"
in "A fadiga das ondas", Teresa Durães
Apalpa-se um certo desencanto de alma neste Poema.
ResponderEliminarMas tão bonito, não, belo. Com ele acordamos, já cansados, desenganados no paradoxo da poesia. Inescapavelmente as marcas e o limite foram inventados na palavra.
(Perguntas ao rio)
"Não será o homem limitado
pela sua mortalidade?"
O ai, daí.
Da foz para a nascente a saudade
perante a condição de imponderabilidade
da vida.
"Da fadiga das ondas sobre as rochas"!
(Até) as rochas cerram pálpebras
pela necessidade de se reinventarem:
areia arenitos matéria detritos
esqueletos fósseis agregados: rocha
E, desde o princípio,
do (a)mar outras vidas virão
Outra primavera outro verão
Grato, pela consideração.
Bj.
Um poema muito belo, Teresa, embora impregnado de nostalgia. O cansaço das ondas é tantas vezes o nosso cansaço…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
compreendo essa fadiga de "das ondas sobre as rochas"
ResponderEliminare a nostálgica evocação de um desígnio. que se perdeu,
esse o drama da nossa "modernidade".
compete aos poetas (como aqui se faz) ser consciência
e memória,
gostei muito. abraço