Sonhei um novo dia,
há na esperança uma secreta melodia.
Tenho medo da fantasia,
blocos frágeis por companhia,
eu tão cansada de esperar
a maré que possa atracar.
"O fantástico não está fora do real, mas no sítio do real que de tão visível não se vê.", Vergílio Ferreira
sábado, 30 de dezembro de 2017
Sonhas-me castanheiro pelos tempos idos,
eu tão esgotada pelo caminho.
Olhas-me procurando esse passado,
calas-te pelo presente vazio,
queres folhas antigas,
melodias conhecidas,
encontrando raízes apodrecidas
desgastadas pelo vento
que se tornou minha companhia.
Queres pedras coloridas,
teria oferecido todas as minhas
como em tempos de euforia.
Hoje guardo incertezas,
despida de palavras por companhia.
Quero amar-te em pleno,
monte sólido de pedras que se juntaram
nos anos que estivemos afastados
tendo de ti mais do que um abraço
antes palavras certas dum futuro modificado.
eu tão esgotada pelo caminho.
Olhas-me procurando esse passado,
calas-te pelo presente vazio,
queres folhas antigas,
melodias conhecidas,
encontrando raízes apodrecidas
desgastadas pelo vento
que se tornou minha companhia.
Queres pedras coloridas,
teria oferecido todas as minhas
como em tempos de euforia.
Hoje guardo incertezas,
despida de palavras por companhia.
Quero amar-te em pleno,
monte sólido de pedras que se juntaram
nos anos que estivemos afastados
tendo de ti mais do que um abraço
antes palavras certas dum futuro modificado.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Lancei-te uma estrada até mim
como se todas as coisas fossem
barro nas minhas mãos.
Um dia foste feliz,
num outro, recordação.
Percorreste o caminho
onde nos distanciámos,
onde os Deuses habitam
proibido para mim.
Ainda te trago
em memórias que não esqueci,
ponto de viragem na minha história,
ponto distante num cais de despedida.
como se todas as coisas fossem
barro nas minhas mãos.
Um dia foste feliz,
num outro, recordação.
Percorreste o caminho
onde nos distanciámos,
onde os Deuses habitam
proibido para mim.
Ainda te trago
em memórias que não esqueci,
ponto de viragem na minha história,
ponto distante num cais de despedida.
Tento aceitar a última lembrança que tenho de ti - confiaste em mim como se fosse possível dar-te um prado para correres.
(fiquei só, afogada em lágrimas, sem alento pela decisão que precisei de tomar - o teu desaparecimento)
Queria-te imortal mas apercebi-me que também os Deuses te queriam.
Queria uma vida eterna onde sempre estaríamos juntas mas as cordas de uma guitarra cantaram para ti um fado novo.
(fiquei só, afogada em lágrimas, sem alento pela decisão que precisei de tomar - o teu desaparecimento)
Queria-te imortal mas apercebi-me que também os Deuses te queriam.
Queria uma vida eterna onde sempre estaríamos juntas mas as cordas de uma guitarra cantaram para ti um fado novo.
Para a Ema
Fez um ano que nos deixaste. Foste para outra existência onde nos encontramos em sonhos, no acender de uma vela, numa memória nossa.
Gostava de dizer que tudo está bem - não o consigo, vejo-te em cada esquina de orelhas espetadas, a tua cara sorridente como se algum dos meus gestos fossem divertidos para ti.
Já não te choro - antes uma dor de saudades.
Ainda recordo o último passeio que demos, a última festa que te dei, o abraço que ficou para a eternidade.
Estás longe, tão longe que não encontro o caminho para ti. Sobra uma mágoa que não desaparece e eu que procuro tanto libertar-te para que encontres a tua nova existência.
Gostava de dizer que tudo está bem - não o consigo, vejo-te em cada esquina de orelhas espetadas, a tua cara sorridente como se algum dos meus gestos fossem divertidos para ti.
Já não te choro - antes uma dor de saudades.
Ainda recordo o último passeio que demos, a última festa que te dei, o abraço que ficou para a eternidade.
Estás longe, tão longe que não encontro o caminho para ti. Sobra uma mágoa que não desaparece e eu que procuro tanto libertar-te para que encontres a tua nova existência.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Tentei um manto de rosas,
colhi dálias num jardim roubado.
Não as aceitaste,
antes querias um verbo desconhecido,
que não te podia dar.
Reguei o jardim
consciente que não me amavas.
Não era tempo para te as dar,
tão pouco histórias para contar.
Queria-me só,
terra por cultivar,
espaço por sonhar.
Ocupaste todo o lugar
sem caminho para explorar,
eternamente sem esperar.
Precisei de ocultar-me
das palavras por falar,
ventos agrestes a desvanecer
as sombras por desvendar.
colhi dálias num jardim roubado.
Não as aceitaste,
antes querias um verbo desconhecido,
que não te podia dar.
Reguei o jardim
consciente que não me amavas.
Não era tempo para te as dar,
tão pouco histórias para contar.
Queria-me só,
terra por cultivar,
espaço por sonhar.
Ocupaste todo o lugar
sem caminho para explorar,
eternamente sem esperar.
Precisei de ocultar-me
das palavras por falar,
ventos agrestes a desvanecer
as sombras por desvendar.
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Escutei a noite
como se de dia tratasse:
não reconheci os verbos,
o manto negro escondia
a mais frágil emoção.
O tempo é disforme
mesmo ouvindo cada som,
cada tela
cada imagem.
Nem sempre fui assim,
os meus dedos pegavam
cada palavra murmurada
preenchendo a memória
de infinitos búzios.
Agora espreito, escondida,
a calçada indiferente aos passos,
as paredes brancas de histórias,
a praia vazia de sussurros.
como se de dia tratasse:
não reconheci os verbos,
o manto negro escondia
a mais frágil emoção.
O tempo é disforme
mesmo ouvindo cada som,
cada tela
cada imagem.
Nem sempre fui assim,
os meus dedos pegavam
cada palavra murmurada
preenchendo a memória
de infinitos búzios.
Agora espreito, escondida,
a calçada indiferente aos passos,
as paredes brancas de histórias,
a praia vazia de sussurros.
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
domingo, 27 de agosto de 2017
Procurei o rosto
nas planícies que percorri.
Estava pálido,
urgente de todos os advires,
urgente do cálido sol,
da água nas raízes,
preso em malhas temporais.
Disseste-me,
tudo é uma ilusão,
as palavras que vêm com o vento,
o fogo da paixão.
Não estavas certo
- sei-o bem demais.
As sombras são rostos,
o brilho da água, os seus olhos,
as margens do rio,
a multidão que aplaude.
Não estavas certo
mas certamente senti-me só.
O tempo não é a medida,
o espaço, mortal.
Não estavas certo,
certamente,
contudo perdi a força
na negação das tuas palavras.
Hoje conheço o mundo,
mais esférico que outrora
elemento frágil, só,
a despedida do agora.
nas planícies que percorri.
Estava pálido,
urgente de todos os advires,
urgente do cálido sol,
da água nas raízes,
preso em malhas temporais.
Disseste-me,
tudo é uma ilusão,
as palavras que vêm com o vento,
o fogo da paixão.
Não estavas certo
- sei-o bem demais.
As sombras são rostos,
o brilho da água, os seus olhos,
as margens do rio,
a multidão que aplaude.
Não estavas certo
mas certamente senti-me só.
O tempo não é a medida,
o espaço, mortal.
Não estavas certo,
certamente,
contudo perdi a força
na negação das tuas palavras.
Hoje conheço o mundo,
mais esférico que outrora
elemento frágil, só,
a despedida do agora.
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
segunda-feira, 10 de abril de 2017
sábado, 8 de abril de 2017
Há um álbum que me faz voar. Vivê-lo é ser-se construtor de palavras, ter medo das mesmas, necessitá-las para a explosão inicial, perpétua, necessária.
Há trejeitos nos gestos das palavras que nos consomem.
Há morte perante a morte que nos questiona a vida.
Há um princípio e um fim. Teremos a sorte de dominarmos ambos?
Há versos que nunca caberão porque o espaço é estreito demais.
Há trejeitos nos gestos das palavras que nos consomem.
Há morte perante a morte que nos questiona a vida.
Há um princípio e um fim. Teremos a sorte de dominarmos ambos?
Há versos que nunca caberão porque o espaço é estreito demais.
No meu quintal brincam os gatos alheios às intempérias. Todos devíamos ser assim, natureza e ar, terra e canteiros, leveza de espírito. Quiseram os Deuses que tudo fosse diferente ou tornaram-se alheios ao deambulear de corpos.
Pouco resta da terra deserta, das flores selvagens, dos homens de palavra.
Temo que sugamos a água a todas as raízes até não sobrar nada.
Temo sermos um poço abandonado sem nada nas nossas mãos, somente a descrença e ambigu
Pouco resta da terra deserta, das flores selvagens, dos homens de palavra.
Temo que sugamos a água a todas as raízes até não sobrar nada.
Temo sermos um poço abandonado sem nada nas nossas mãos, somente a descrença e ambigu
quinta-feira, 23 de março de 2017
Chove mas chove tanto que as minhas raízes apodrecem. O mar podia florir e cantar a canção de toda a sua orquestra. As folhas das árvores perenes deixariam as gotículas de água escorregarem umas para outras. Mas chove e não quero saber disso. Nem das cataratas de água, tão pouco do caudal do rio, das ausência dos miúdos do bairro. Chove violentamente e eu desejo quietude.
terça-feira, 21 de março de 2017
Solto-me angustiada,
Também extase nunca acabado
Em formas disconexas
Mas num corpo inalterado.
Queria, para além disso,
Um universo repleto de imagens
Onde o sono se confunde
Com as palavras não ditas
De vergonha de serem guardadas.
Queria um sol anunciador
Estamos em primavera, em flor,
Em experiência de odor.
Uma crença na vida
Um vaso com flôr.
Não passei de ilusão
Sobram os tempos de exaustão
Neste rasgo, neste salto
Sou poeta de versos inacabados
Esperando o regresso inalterado.
Espero ser voz
Dum fado cantado
Esperando as guitarras
Esperando mulher
Nunca terminada.
Poderei ser melodia
Um tiro mal atirado
Mas ergue-se a voz
Pois não me calo.
Também extase nunca acabado
Em formas disconexas
Mas num corpo inalterado.
Queria, para além disso,
Um universo repleto de imagens
Onde o sono se confunde
Com as palavras não ditas
De vergonha de serem guardadas.
Queria um sol anunciador
Estamos em primavera, em flor,
Em experiência de odor.
Uma crença na vida
Um vaso com flôr.
Não passei de ilusão
Sobram os tempos de exaustão
Neste rasgo, neste salto
Sou poeta de versos inacabados
Esperando o regresso inalterado.
Espero ser voz
Dum fado cantado
Esperando as guitarras
Esperando mulher
Nunca terminada.
Poderei ser melodia
Um tiro mal atirado
Mas ergue-se a voz
Pois não me calo.
segunda-feira, 20 de março de 2017
Hoje parti-te em mil bocados
não que tenhas notado,
para que deixasse de ouvir
esses pedaços mal acabados.
Vi-te? Senti-te?
Que importa o mal passado,
o tempo destronado,
o lugar desocupado.
Não fui poque não era,
houvessem linhas
para te falar no passado,
no tempo das cotovias
no tempo acabado.
Tens dor, dizes
sofre o poeta,
esconde-se o romancista,
encolhe a voz
para quem faz sinfonia.
Vivi meio mundo,
outro terá de esperar.
Vi-te? Senti-te?
Não para explorar.
não que tenhas notado,
para que deixasse de ouvir
esses pedaços mal acabados.
Vi-te? Senti-te?
Que importa o mal passado,
o tempo destronado,
o lugar desocupado.
Não fui poque não era,
houvessem linhas
para te falar no passado,
no tempo das cotovias
no tempo acabado.
Tens dor, dizes
sofre o poeta,
esconde-se o romancista,
encolhe a voz
para quem faz sinfonia.
Vivi meio mundo,
outro terá de esperar.
Vi-te? Senti-te?
Não para explorar.
domingo, 19 de março de 2017
Somos um fruto inacabado,
ausência de luz po explorar
onde universos se dividem
e não há nada para escutar.
Sombras apenas?
No olhar, no sonhar.
Poetas perdidos
sem nada a declamar.
Poetas sobreviventes,
almas desconsoladas
ao som de uma guitarra.
Perdidos na sombra da copa,
mar que se agita em tevolta.
Poetas perdidos
em terreno desconhecido.
ausência de luz po explorar
onde universos se dividem
e não há nada para escutar.
Sombras apenas?
No olhar, no sonhar.
Poetas perdidos
sem nada a declamar.
Poetas sobreviventes,
almas desconsoladas
ao som de uma guitarra.
Perdidos na sombra da copa,
mar que se agita em tevolta.
Poetas perdidos
em terreno desconhecido.
sábado, 18 de março de 2017
Corto em rasgos
a brisa que anteriormente se instalou
sem história, sem passado
tão pouco o persistente presente.
Corto em brasas ardentes,
desde outrora aos descendentes,
em pó ou dormentes,
em cacos ou empernes.
Corto memórias e desagrados,
futuros temerosos ou decadentes.
Corto da copa ou raiz
onde está o medo adjacente.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
domingo, 5 de fevereiro de 2017
O vento rodopiou nas lendas,
trazendo a Velha da Égua,
encantamentos tão antigos
que as gentes ainda temem.
Roçam cavalos brancos
que levam o viajante incauto,
luzes misteriosas aparecem
enganando o crédulo.
Quando a lua atinge o auge
Corredores correm sete colinas,
sete pontes e montes,
sete encruzilhadas e portelas de cão,
fado sem razão.
Dizem que no velho mundo
o misterioso era sobranceiro,
em tempo de guerreiros
façanhas sobrehumanas
eram conseguidas em campanha
pela mão dos Deuses antigos.
trazendo a Velha da Égua,
encantamentos tão antigos
que as gentes ainda temem.
Roçam cavalos brancos
que levam o viajante incauto,
luzes misteriosas aparecem
enganando o crédulo.
Quando a lua atinge o auge
Corredores correm sete colinas,
sete pontes e montes,
sete encruzilhadas e portelas de cão,
fado sem razão.
Dizem que no velho mundo
o misterioso era sobranceiro,
em tempo de guerreiros
façanhas sobrehumanas
eram conseguidas em campanha
pela mão dos Deuses antigos.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Queria dar-te tudo,
a minha sombra,
a tela onde me reconheces,
a luz dos meus cabelos.
Não reconheceste o início
de todos os inícios.
Primordial.
Agreste.
Violento
Pensava que todas as rosas
preenchiam o teu jardim
canto do teu canto
aroma pueril.
Foste mais longe
não esperaste por mim,
dor da minha dor
flor do meu jardim
a minha sombra,
a tela onde me reconheces,
a luz dos meus cabelos.
Não reconheceste o início
de todos os inícios.
Primordial.
Agreste.
Violento
Pensava que todas as rosas
preenchiam o teu jardim
canto do teu canto
aroma pueril.
Foste mais longe
não esperaste por mim,
dor da minha dor
flor do meu jardim
domingo, 15 de janeiro de 2017
Dizem: é pela alvorada que os girassóis abrem para o sol. As primeiras cores pintam os campos lembrando ao galo o despertar. A primeira luminosidade preenche o corpo de franca energia.
Os cães ladram uns para os outros. O movimento começa.
Quando vem o anoitecer todos recolhem ao silêncio deixando espaço para os animais nocturnos.
Não sei porque te conto isto, tu sabes que quando se corre o vento leva as sombras, a chuva dissolve-nos na natureza e o frio faz-nos aproximar.
Tu sabes.
Os cães ladram uns para os outros. O movimento começa.
Quando vem o anoitecer todos recolhem ao silêncio deixando espaço para os animais nocturnos.
Não sei porque te conto isto, tu sabes que quando se corre o vento leva as sombras, a chuva dissolve-nos na natureza e o frio faz-nos aproximar.
Tu sabes.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Entrei em casa. Esta casa já não é a minha mas entrei. Tudo estava nos seus lugares, o sofá estafado, o escritório desarrumado, a cama por fazer. Reconheci tudo menos o silêncio. Não, esta já não é a minha casa, somente retalhos de vivências antigas. As de hoje, essas, estão perdidas num canto qualquer enquanto procuro a minha casa.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Ontem sonhei-te,
ou antes tivesse acontecido.
Tinhas a liberdade no olhar,
o sorriso das flores,
o calor do teu corpo.
Mas foste rasgada ao tempo,
adormeceste em mim.
(lembras-te da praia?)
O silêncio flutua
em todos cantos
marcando os teus passos,
frios como frios estão
os braços que te envolviam.
Agora falo de ti
como se longe estivesses
e eu numa espera que não vem.
(mas é onde estás)
Queria ter-te dado
palavras infinitas
mas não sou heroína,
tão pouco corajosa.
Dou-te um amor
mais longínquo-o
do que o horizonte,
tenho sonhos onde estamos
mesmo não os tendo.
ou antes tivesse acontecido.
Tinhas a liberdade no olhar,
o sorriso das flores,
o calor do teu corpo.
Mas foste rasgada ao tempo,
adormeceste em mim.
(lembras-te da praia?)
O silêncio flutua
em todos cantos
marcando os teus passos,
frios como frios estão
os braços que te envolviam.
Agora falo de ti
como se longe estivesses
e eu numa espera que não vem.
(mas é onde estás)
Queria ter-te dado
palavras infinitas
mas não sou heroína,
tão pouco corajosa.
Dou-te um amor
mais longínquo-o
do que o horizonte,
tenho sonhos onde estamos
mesmo não os tendo.