quarta-feira, 27 de agosto de 2014





Cai o pó que encobre o espírito,
abrem os olhos em fome devoradora,
solto, plano, integro-me, doces estrelas onde me reflicto,
abraço eterno no mistério do espírito.
Sou pássaro, sou voo,
quero resgatar o eterno.


domingo, 3 de agosto de 2014








Recorda-me a tua cara para que saiba sorrir,
és um pássaro, um cantar distante?
És a minha alma expandida onde não te encontro,
as minhas mãos que te escrevem,
a solidão da estação,
o propósito das noites quentes.

Sentes-me? Sinto-te?
Um longo frio da distante ravina,
amealhar de vazios em olhos dormentes,
colecção de ausências da minha tristeza,
onde estás desde que te afastaste?

Sim, choro em violência reprimida,
continuamente pela sombra desaparecida,
o calor derretido em brasas quentes.

Foste. Foste e não posso quebrar o tempo como o enredo.
Sento-me desamparada em braços da montanha,
engolida por cavernas de desertos longínquos.